terça-feira, fevereiro 28, 2006

A ler

A ler sem dúvida este post no abrupto.

Treinadores de Bancada


Sobre comentários à actividade docente ( A ausência da consciência do dever
Por cpedro - aveiro)

Esta é uma voz comum. Tenho um amigo que antes de arranjar emprego andou a dar umas aulas. Até achava divertido, criticava os da carreira e achava-se diferente.

É preciso dizer uma coisa a esta gentalha: venham à escola quando chamados, interessem-se pelos vossos filhos, ajudem os docentes a educar os vossos filhos. Quanto ao menino Pedro a consciência dele tem preço, afinal trabalha muito mesmo muito qualquer coisa como 12h*5=60h a fazer fé nas suas contas. Fantástico.
Serão todas elas em frente a 30 alunos, a implementar regras de comportamento e estimular à aprendizagem. Picará o ponto de 45m em 45m? Tem carro da empresa? aposto que nem tem tempo para filhos ou se os tem não tem tempo para eles. Aposto que não vai à escola saber o que se passa com eles....

quarta-feira, fevereiro 15, 2006

Concursos


Aproximam-se os concursos. Alinhem-se, por favor, os Srs professores por ordem alfabética. Far-se-á o abate em duas fases. Os lugares existem mas selecionaram os melhores. Os que tiverem mais tempo de serviço, os que obtiveram melhores resultados académicos.
Por um dia perde-se um lugar ao pé de casa e vai-se dar aulas a 100km.

O Joker também está previsto. Para aqueles que detectarem irregularidades nas colocações recebem uma medalha e podem concorer novamente para o ano.

É assim um processo de selecção cada vez mais cego. desta vez podem comprar casa pois lá ficarão por 3 anos independentemente de lá gostarem de trabalhar ou não. Esses sentimentos não são importantes, pois não? Este é só mais um.

Aprender sempre - Uma visita de estudo
















É preciso ter calma. Navegar à vista para depois, só depois, tentar a ilha. Essa ilha isolada existente na memória de alguns mas que todos acreditamos poder alcançar - a sabedoria.

quarta-feira, fevereiro 08, 2006

Tenho uma dúvida

Tenho uma dúvida: o que significa ser professor?

Melhor ainda: o que significa ser professor no sec.XXI ?

Não tenho muitas dúvidas que hoje as minhas boas e más referências, exemplos, que orientaram o meu início de carreira no que diz respeito ao estilo e exigência não o são mais. Esses professores estão reformados em todos os sentidos. Todos os dias marco encontro com os meus alunos na esperança de um dia descobrir o que significa ser um bom professor.

O estado de espírito marca muitas das minhas actuações. Por vezes, quando estou mais desorientado quanto ao meu papel procuro ser bom para eles, que gostem do que têm para fazer. Quando revoltado pela falta de resultados sou tentado pela imagem dos meus bons e mais austeros professores. Não são alterações significativas, mas nuances comportamentais que para mim fazem a diferença. Mostram-me como ainda faço a diferença.

Essa diferença não é circunstância com conteúdos mas conteúdos com humanidade, diálogo, paciência e humor. Muito humor. Não demasiado pois alunos mais sensíveis, ou até colegas, podem interpreta-lo da forma que lhes melhor convier. Convém manter alguma distância, educação. Explicar e expor com proximidade. Promover experiências de vida, não apenas de aprendizagem onde o aluno actor central ainda procura o professor por não entender o seu próprio papel.

sexta-feira, fevereiro 03, 2006

Exames

É curiosa a forma como o ministério justifica a não realização de exames para alunos de cursos mais profissionalizantes:

Se os alunos dos cursos profissionais (também orientados para a integração no mercado de trabalho) já estavam dispensados de fazer os exames nacionais para concluir o secundário, não há nenhuma razão para os dos tecnológicos serem sujeitos a regras diferentes, explica António Ramos André, adjunto da ministra da Educação. (in Publico)

Curiosa a forma como é vista a necessidade de exames. Para alunos do ensino “normal” tomem lá uns exames, para alunos dos cursos profissionais ou profissionalizantes não há exames. Tenho a impressão que até deveria ser ao contrário. Afinal se pretende uma saída profissional séria e credível esta passa pela certificação. Mas…os alunos destes cursos são normalmente alunos que apresentam o pior aproveitamento, apresentam grandes dificuldades em disciplinas centrais como o Português, as línguas ou a Matemática. Como resultado das fracas saídas profissionais do desemprego e consequente a falta de horizontes dos alunos estes correm o risco de se perpetuar no sistema de ensino entupindo as escolas durante mais tempo que o previsto. Já está a acontecer. Isso implica custos, não apenas o financeiros mas também de credibilidade e essa tinha sido a aposta do Ministério. Assim esta parece ser uma medida à medida da carteira e não das necessidades do país.

Acima de tudo é uma mensagem de fraqueza e um mau sinal a todos. É um mau sinal aos alunos por lhes acenar com facilidades. Mas não tenhamos dúvidas que o facto de o financiamento europeu estar envolvido nestes cursos é factor determinante para que estas medidas tomem forma e ganhem relevo nos próximos anos como forma de diminuir o peso no orçamento da ME da manutenção das escolas.

Estarei errado?