sexta-feira, fevereiro 03, 2006

Exames

É curiosa a forma como o ministério justifica a não realização de exames para alunos de cursos mais profissionalizantes:

Se os alunos dos cursos profissionais (também orientados para a integração no mercado de trabalho) já estavam dispensados de fazer os exames nacionais para concluir o secundário, não há nenhuma razão para os dos tecnológicos serem sujeitos a regras diferentes, explica António Ramos André, adjunto da ministra da Educação. (in Publico)

Curiosa a forma como é vista a necessidade de exames. Para alunos do ensino “normal” tomem lá uns exames, para alunos dos cursos profissionais ou profissionalizantes não há exames. Tenho a impressão que até deveria ser ao contrário. Afinal se pretende uma saída profissional séria e credível esta passa pela certificação. Mas…os alunos destes cursos são normalmente alunos que apresentam o pior aproveitamento, apresentam grandes dificuldades em disciplinas centrais como o Português, as línguas ou a Matemática. Como resultado das fracas saídas profissionais do desemprego e consequente a falta de horizontes dos alunos estes correm o risco de se perpetuar no sistema de ensino entupindo as escolas durante mais tempo que o previsto. Já está a acontecer. Isso implica custos, não apenas o financeiros mas também de credibilidade e essa tinha sido a aposta do Ministério. Assim esta parece ser uma medida à medida da carteira e não das necessidades do país.

Acima de tudo é uma mensagem de fraqueza e um mau sinal a todos. É um mau sinal aos alunos por lhes acenar com facilidades. Mas não tenhamos dúvidas que o facto de o financiamento europeu estar envolvido nestes cursos é factor determinante para que estas medidas tomem forma e ganhem relevo nos próximos anos como forma de diminuir o peso no orçamento da ME da manutenção das escolas.

Estarei errado?

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