segunda-feira, julho 31, 2006

Uma Pausa

Por motivos impostos tenho de fazer férias em Agosto. Por isso voltarei em Setembro. Penso no entanto que as medidas bem sucedidas da ME permitirão a curto prazo os professores gozarem o periodo de Férias em qualquer altura do ano. Falo claro está das aulas de substituição. Assim estou a pensar já em Outubro passar uma semanita em NY . Terei que deixar os planos das aulas. Em Agosto passarei a dar aulas de apoio a alunos mal preparados e que obrigatóriamente têm de frequentar um curso de Verão para "passarem" de ano.....

Era bom....

Boas Férias

quarta-feira, julho 26, 2006

Só para lembrar...

Esta circular que pode ser lida no site da DREN é no minimo curiosa. Primeiro não diz nada de novo ou dirá? Quer a Srª Ministra dizer que as direcções regionais não têm prestado a devida atenção às questões disciplinares?
No segundo ponto lembra a legislação aplicável, o que também não é novidade. Penso que estará contudo incompleta A captação de qualquer imagem em edificios do estado carece de autorização segundo sei embora seja, por uma questão de transparencia comum. Lembro-me da captação de imagens em hospitais com entrevistas a pacientes pacientemente à espera, mas também a médicos. Lembro-me de um médico sindicalista falar num hospital para um canal de televisão. Terá pedido autorização?
Falta apenas lembrar que os colegas da escola que apareceu na reportagem da RTP sobre violência se encontram com um processo em cima (ao que consta). A ser verdade parece-me que sim, a circular fará todo o sentido. Seria a RTP capaz de fazer a reportagem se informasse os infractores dos horários das filmagens? O facto de ter sido preservada a identidade de todos não foi suficiente?

terça-feira, julho 25, 2006

Morte à imoralidade.


Poderia tentar situar no tempo atendendo às dificuldades existentes no país. Diria qualquer coisa como "nos dias que correm é imoral...", mas não é necessário. Oremos então....
Ora isto é imoral. Seja qual for a situação do país é imoral. Por outro lado teriamos em conta governantes que nem para si são bons? Solução à vista? parece-me que para já não.
Mas isto é um problema, sério, grave.....o país está em desestruturação social forte.
Urge uma solução se tiver alguma vergonha este senhor não a aceita ( a reforma), mas já aceitou o que mostra que é só garganta porque no que toca a pilim todos gostariam de se chamar Jardim Gonçalves. Às gentes que hoje pagam a sua (e outras igualmente imorais) reforma e que quando chegar a sua, se chegar cumprirá apenas assistir.?
Será o destino de El Rei D. Carlos que esta gente merece? Será que o sangue que em Abril não se derramou estará para chegar?
Estará a história a reescrever-se? Estará esta república a chegar ao fim?
Quem é responsável? será que interessa?
Quantos Alegres existirão?Quantos mentirosos como muitos dos politicos que temos existirão?
Bando de pardais à solta...

segunda-feira, julho 17, 2006

Horizontes

Hoje fizemos a eleição do delegado de grupo e de instalações. Ficou escrito que foi por unanimidade. Na verdade apenas os docentes com redução deveriam ser eleitos (apesar de todos serem elegiveis em teoria). A minha colega do lado viu passar ao lado um desejo legitimo de exercer as funções de delegado mas o mais curioso foi ver os colegas que foram eleitos (os únicos disponíveis com redução) ficarem com atribuições que nunca quiseram exercer (pelo menos nos últimos 10 anos). Estes são aliás os colegas que mais faltaram a reuniões de grupo ou Departamento e menos se têm envolvido na escola.
Parece-me que afinal as orientações ministriais funcionam...

domingo, julho 16, 2006

Boas férias?

Temo que entraremos em férias para breve. Quando regressar tudo estará pronto para dar de caras com o ECD a ser aprovado com manifestações nas ruas. Os jornalistas querem sangue a até agora tiveram o nosso. Mas isso já não satisfaz ninguém e já se fala da ministra, que foi corajosa etc. Mas isso é folclore. A ministra cairá parece-me certo, mas cairá com um semblante de incompreendida, dura não resistindo aos sindicatos...cairá vítima. Mas as politicas passarão, não tenham dúvidas. Como devem os sindicatos lidar com isso?
Na minha modesta opinião devem apenas recordar a falta de respeito da ministra para com os professores a sua incapacidade de dialogo e as palas cor de rosa que usa todos os dias. Lembrar que não é apenas a ministra que está em causa mas as politicas e tratamento dos professores. E que perante a prepotência exercida pelo governo o nome da ministra é o menos importante. Pena é que não fique até ao fim para assumir as responsabilidades das politicas que tem assumido.
O novo ministro/a vem baralhar e dar o mesmo de forma diferente.
Para governar quantos mais melhor fica-se sem saber quem são os responsaveis.

sexta-feira, julho 14, 2006

Exames II

Lembro-me de algumas das promessas dos responsáveis pela reforma do secundário nos idos tempos do Eng. Guterres: formação, formação e mais formação adequada, dotar as escolas de equipamentos necessários à implementação dos programas, funcionários de apoio aos laboratórios.
Nada disso aconteceu. Aconteceu Justino. Programas novos com planos estudos velhos, exames e trapalhadas atrás de trabalhadas. A formação, os equipamentos e os auxiliares nem vê-los.
Vimos isso sim inquéritos a meio do ano para saber quem eram os incumpridores, quem se atrasava e porquê. Perante a inquisição os cristão novos são todos cumpridores ainda que os enchidos não contenham as tradicionais carnes todos comem o que se espera que comam.
Agora cai tudo em cima do ministério. Não compreedem os critérios de correcção,acham que os exames não avaliam conhecimentos, etc, etc etc... Mas era justamente isto que era suposto ter sido alvo de formação à cerca de quatro anos atrás.
Agora só espero que os comam vivos (à Ministra claro).

EXAMES I

Ora aqui está uma boa oportunidade para falar no comprimento dos programas e as implicações que isso tem quando se tem a obrigação do seu cumprimento. Depressa e bem não há quem! Quem terá a coragem de afirmar que não é exactamente os exames que são "grandes" mas os programas.
Estou a lembrar-me dos exames de Física e Quimica e de Física-Quimica A.
Quem terá coragem para afirmar que cumprir com comprimentos destes é impossivel sem desrespeitar o ritmo de aprendizagem dos alunos.

quarta-feira, julho 05, 2006

Coisas qu me chegam...

Mais um texto que me chegou por mail....Se for mentira avisem...

1º. =Esta é uma profissão em que a imensa maioria dos seus agentes trabalha =(em casa e de graça, entenda-se) aos sábados, domingos, feriados, madrugada adentro e muitas vezes, até nas férias! Férias, sim, e =sem eufemismos, que bem precisamos de pausas ao longo do ano para irmos repondo forças e coragens. De resto, é o que acontece nos outros países por essa Europa fora, às vezes com muito mais dias de folga =do que nós: 2 semanas para as vindimas em Setembro/ Outubro, mais duas para a neve em Novembro, 3 no Natal e mais 3 na Páscoa , 1 ou 2 meses no verão.

2º. É =a única profissão em que se tem falta por chegar 5 minutos atrasado (também neste caso, exigirá a senhora Ministra um pré-aviso= com 5 dias de antecedência?)

3º. É uma profissão que exclui devaneios do tipo “hoje preciso de sair meia =hora mais cedo”, ou o corriqueiro “volto já” justificando a porta =fechada em horas de expediente.

4º. É uma profissão que não admite faltas de vontade e motivação ou =quaisquer das 'ronhas' que grassarão, por exemplo, no ME =(quem duvida?) ou na transparente AR.

5º. É uma profissão de enorme desgaste. Ainda há bem pouco tempo foi divulgado um estudo que nos colocava na 2ª posição, a seguir aos mineiros, =mas isto, está bom de ver, não convém a ninguém lembrar… E olhe =que não, senhor secretário de estado, a escola da reportagem da RTP1 não é, =nem de longe, caso “único, circunscrito e controlado”!

6º. É uma profissão que há muito deixou de ser acarinhada ou considerada, =humana e socialmente. Pelo contrário, todos os dias somos agredidos – na nossa dignidade ou fisicamente (e as cordas vocais não são um =apêndice despiciendo…) , enxovalhados na praça pública, atacados e desvalorizados, na nossa pessoa e no nosso trabalho, em todas as frentes, nomeadamente pelo “patrão” que, passe a metáfora =económica tão ao gosto dos tempos que correm…, ao espezinhar sistematicamente os seus “empregados” perante o “cliente”, mais não faz do que inviabilizar a “venda do produto”

7º. É uma profissão em que se tem de estar permanentemente a 100%, que não se compadece com noites mal dormidas, indisposições várias (físicas e psíquicas) ou problemas pessoais …

8º. É uma profissão em que, de 45 em 45, ou de 90 em 90 minutos, se tem de repetir o processo, exigente e desgastante, quer de chegar a horas, quer de "conquistar" , =várias vezes ao longo de um mesmo dia de trabalho, um novo grupo de 20 a 30 alunos (e todos ao mesmo tempo, não se confunda uma aula com uma consulta individual ou a gestão =familiar de 1, 2, até 6 filhos...)

9º. É uma profissão em que é preciso ter sempre a energia suficiente (às =vezes sobre-humana) para, em cada turma, manter a disciplina e o interesse, gerir conflitos, cumprir programas, zelar para que haja material de trabalho, atenção, concentração, motivação e produção. =(Batemos aos pontos as competências exigidas a qualquer dos nossos milionários bancários, dos inefáveis empresários, dos intocáveis ministros! =Ao contrário deles, e como se não bastasse tudo o que nos é exigido =(da discrepância salarial e demais benesses não preciso nem falar) …

10º. ainda somos avaliados, não pelo nosso próprio desempenho, mas pelos =sucessos e insucessos, os apetites e os caprichos dos nossos alunos e respectivas famílias, mais a conjuntura política, económica e social do nosso país!

Assim, é bom que a “cara opinião pública" comece a perceber =por que é que os professores "faltam tanto":
Para além do facto de, nas suas "imensas" faltas, serem contabilizadas também situações em que, de facto, estão =a trabalhar :
- =no acompanhamento de alunos em visitas de estudo,
- em acções, seminários, reuniões, para as quais até =podem ter sido oficialmente convocados,
- para ficarem a elaborar ou corrigir testes e afins , que não é= suficiente o tempo atribuído a essas tarefas ,
- ou, como vem sucedendo ultimamente, a fazerem (em casa, que é =o sítio que lhes oferece condições) horas e horas não =contabilizadas do obrigatório “trabalho de escola”….

Para além disto, e não é pouco, há pelo menos, como acima se =terá visto, toda uma lista de 10 boas e justificadas razões para que o façam.

Este texto é de uma uma professora que, por achar que - em termos de políticas educativas e laborais deste governo dito socialista – estamos muito pior que no tempo do Salazar , não arrisca identificar-se…



Com os melhores cumprimentos,
[anónima]

Coisas que me chegam...

Coisas que me chegam por email e que resolvi publicar...Se fot mentira desmitam por favor.

Isto é apenas uma gota no OCEANO chamado Portugal!


Tudo o que vai aparecer neste texto não é ficção! Acontece em =
Portugal.
País com regime democrático à beira mar plantado. Vamos lá...

Demorou até um pouco para ver se não dava nas vistas. Mas a Festa continua .......

Segundo a revista Focus (pág.25 ), a EDP conta com um novo assessor jurídico. Foi nomeado pelo ex-ministro António Mexia (actual presidente executivo da EDP) e vai ganhar cerca de EUR 10.000/mês.
Quem é ele?
Perguntam vocês... Pensem um pouco... Mais um bocadinho...

Não era fácil...:

- Pedro Santana Lopes (MAIS UM JOB)

A opinião pública é fabricada por quem? Penso que todos somos influenciados pela COMUNICAÇÃO SOCIAL. ESTÃO TODOS CALADINHOS, PORQUÊ ????????????????

Subsistema de Saúde dos Jornalistas.

Por que será que andam caladinhos? Objectividade da análise jornalística?

Porque é preciso ter os jornalistas na mão....

O subsistema de saúde "dos fazedores de opinião" é INTOCÁVEL!!!

A Caixa de Previdência e Abono de Família dos Jornalistas é dirigida por uma comissão administrativa cuja presidente é a mãe do ministro António Costa e do Director-Adjunto da Informação da SIC, Ricardo Costa (Maria Antónia Palla Assis Santos - como não tem o
"Costa", passa despercebida...).

O Ministro José António Vieira da Silva declarou, em Maio último, que esta Caixa manteria o mesmo estatuto!
Isso inclui regalias e compensações muito superiores às vigentes na função pública (ADSE), SNS e os outros subsistemas de saúde.
É só consultar a tabela de reembolsos anexa....
Mas este escândalo não será divulgado pela comunicação social, porque é parte interessada (interessadíssima!!!) pelo há que o divulgar ao máximo por esta via!!!

Era a manchete do Expresso e custa acreditar. A nossa petrolífera tem vindo a ser albergue de parasitas e toca de incompetentes.
Veja-se:
Um quadro superior da GALP, admitido em 2002, saiu com uma indemnização de 290.000 euros, em 2004. Tinha entrado na GALP pela mão de António Mexia e saiu de lá para a REFER, quando Mexia passou a ser Ministro das O.P. e Transportes...
O filho de Miguel Horta e Costa, recém licenciado, entrou para lá com 28 anos e a receber, desde logo, 6600 euros mensais.
Freitas do Amaral foi consultor da empresa, entre 2003 e 2005, por 6350 euros/mês, além de gabinete e seguro de vida no valor de 70 meses de ordenado. Manuel Queiró, do PP, era administrador da área de imobiliário(?)
8.000euros/mês.
A contratação de um administrador espanhol passou por ser-lhe oferecido 15 anos de antiguidade (é o que receberá na hora da saída),pagamento da casa e do colégio dos filhos, entre outras regalias.
Guido Albuquerque, cunhado de Morais Sarmento, foi sacado da ESSO para a GALP. Custo: 17 anos de antiguidade, ordenado de 17.400 euros e seguro de vida igual a 70 meses de ordenado.
Ferreira do Amaral, presidente do Conselho de Administração. Um cargo não executivo(?) era remunerado de forma simbólica: três mil euros por mês, pelas presenças. Mas, pouco depois da nomeação, passou a receber PPRs no valor de 10.000 euros, o que dá um ordenado "simbólico" de 13.000 euros...

Outros exemplos avulsos:
Um engenheiro agrónomo que foi trabalhar para a área financeira a 10.000 euros por mês; A especialista em Finanças que foi para Marketing por 9800 euros/mês... Neste momento, o presidente da Comissão executiva ganha 30.000 euros e os vogais 17.500. Com os novos aumentos, Murteira Nabo passa de 15.000 para 20.000 euros mensais.

A GALP é o que é, não por culpa destes senhores, mas sim dos amigos que ocupam, à vez, a cadeira do poder. É claro que esta atitude, emula do clássico "é fartar, vilanagem", só funciona porque existe uma inenarrável parceria GALP/Governo. Esta dupla, encarregada de "assaltar" o contribuinte português de cada vez que se dirige a uma bomba de gasolina, funciona porque metade do preço de um litro de combustível vai para a empresa e, a outra metade, para o Governo.
Assim, este dream team à moda de Portugal, pode dar cobertura a um bando de sanguessugas que não têm outro mérito senão o cartão de militante. Ou o pagamento de um qualquer favor político...

Antes sustentar as gasolineiras espanholas que estão no mercado do que estes vampiros!!!

Assunto:PESO DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS NA POPULAÇÃO ACTIVA (Dados de 2004)
(Fonte EUROSTAT, publicado no Correio da Manhã)
Suécia .. 33,3%
Dinamarca ..30,4%
Bélgica .. 28,8%
Reino Unido ..27,4%
Finlândia ..26,4%
Holanda .. 25,9%
França .. 24,6%
Alemanha .. 24%
Hungria .. 22%
Eslováquia ..21,4%
Áustria .. 20,9%
Grécia .. 20,6%
Irlanda .. 20,6%
Polónia .. 19,8%
Itália .. 19,2%
República Checa ..19,2%
PORTUGAL .. 17,9%
Espanha .. 17,2%
Luxemburgo .. 16%
Não há pois funcionários públicos a mais. Há sim uma distribuição não correcta, o que faz com que haja sectores em falta e outros em excesso.
Por exemplo, a reforma administrativa que, sem dúvidas, urge fazer-se, deverá começar por mudar a realidade dos dados que nos indicam que cada ministro deste e de outros governos tem, para seu serviço pessoal e sob as suas ordens directas, uma média de 136 pessoas (entre secretários e subsecretários de estado, chefes de gabinete, funcionários do gabinete, assessores, secretárias e motoristas) e 56 viaturas, apenas CINCO vezes mais que no resto =
da Europa.
Há políticos e governantes que querem a diminuição cega dos quadros apenas para que as empresas privadas de seus amigos e padrinhos possam ser contratadas para fazer serviços públicos ("Outsourcing") e possam facturar muito. Finalmente, o contraste entre o destaque dado pela comunicação social controlada e até corrupta.
Se serviu para alguma coisa, o «programa dos Prós» da RTP de 22 de Maio, foi que, quando as comadres se zangam, sabem-se as verdades. E a verdade que saiu do programa da RTP foi que temos uma comunicação social corrupta e ao serviço de quem tem muito dinheiro.
Nestes dias, a ideia que mais uma vez a comunicação social vendeu à opinião pública, foi a da necessidade de 200 mil despedimentos na função pública.
Resulta que somos o 3º país da U.E. com menor percentagem de funcionários públicos na população activa.
A realidade sustentada por alguns governantes e ex-governantes,
nada mostra quanto aos factos que estarão na base de tais afirmações, tão pouco se naqueles 200 mil, estarão os milhares de "boys" nomeados pelo mesmo sistema que os esses mesmos governantes construiram nos últimos 20 e alguns anos.
Assim se informa e se faz política em Portugal.
Em Setembro de 2002 foi publicada na II Série do Diário da República a aposentação do Exmº. Senhor Juiz Desembargador Dr. José Manuel Branquinho de Oliveira Lobo, a quem foi atribuído o número de pensionista 438.881.

De facto, no dia 1 de Abril de 2002 o Dr. Branquinho Lobo havia sido sujeito a uma “Junta Médica” que, por força de uma doença do foro psiquiátrico, considerou a sua incapacidade para estar ao serviço do Estado, o que foi determinante para a sua passagem à aposentação.

De acordo com o disposto na alínea a) do nº.2 do artigo 37º do decreto-lei nº.498/72 de 9 de Dezembro, em caso de aposentação motivada por incapacidade ou doença, constitui regalia dos magistrados judiciais auferirem a sua pensão de aposentação por inteiro, como se tivessem todo o tempo de serviço para tal necessário.

Por esse motivo , o Dr. Branquinho Lobo passou a auferir uma pensão de aposentação no montante de € 5.320,00.
Contudo, por resolução proferida no dia 30 de Julho de 2004, o Conselho de Ministros do Governo do Dr. Pedro Santana Lopes nomeou o Dr. Branquinho Lobo como Director Nacional da Polícia de Segurança Pública.

Desde então, o Dr. Branquinho Lobo acumula a sua pensão de aposentação por incapacidade com o vencimento de Director Nacional da P.S.P.
Depois de apresentar este texto só posso dizer que tenho vergonha de ser português em Portugal. Gostava de viver numa verdadeira Democracia!

Todos com o mesmo sistema de saúde;
Todos a pagarem impostos;
Todos a terem reformas merecidas e justas;
Todos com o mesmo sistema de Justiça e não um para os ricos
(intocáveis) e outro para os pobres;
Etc...

Peço a quem ler esta mensagem que divulgue e que se tiver conhecimento de mais casos que me envie para eu compilar tudo para mostrar a todos o país onde vivemos.

[Anónimo]

segunda-feira, julho 03, 2006

Professores incapacitados

Parece à primeira vista razoável colocar professores que não podem ensinar em outras funções. Melhor ainda reclassifica-los. Tudo isso está correcto. Mas primeiro teremos de verificar em que condições ficaram incapacitados. Não acredito que tenham sido admitidos já incapacitados. Ficaram incapacitados em consequência do serviço prestado: problemas de voz, situações de stess, acidentes em serviço, depressões... ou não!
Os professores não podem ser carne para canhão. É necessário clarificar estas situações. Ninguém deve ser prejudicado por em serviço ficar "lesionado". Pode ser reclassificado é certo mas deverá receber uma indemnização.Esta é uma profissão de risco e devem existir formas de protecção aos profissionais, nomeadamente um seguro pago pelo estado.
Como professor de fisica e quimica lembro que lidamos com situações que podem ser de risco. Acidentes acontecem quando se trabalha em laboratório e têm acontecido. Deveria existir regimes especiais de protecção a professores nestas circunstâncias.
Basta dar uma olhadela nos programas para perceber que muitas das substâncias com que nos pedem para trabalhar não são recomendáveis. Conscientes disso muitos professores recusam-se a trabalhar com elas nos laboratórios que temos por atenção aos alunos e muito menos em relação à sua própria saúde apesar de estarem mais expostos que os proprios alunos.

sábado, julho 01, 2006

Sindicatos e Ordens

Tanto quanto sei a desejada Ordem está mais uma vez posta de lado. Tome-se em atenção o "futuro" estatuto da Carreira Docente e percebe-se que nem faz muito sentido existir com uma coisa dessas em vigor.
Quanto aos sindicatos o seu papel (e devo esclarecer que já fui sindicalizado e que por divergências com as permanentes direcções saí) tem saido do âmbito do desejável substituindo-se muitas das vezes ao próprio ME contestando todo o tipo de medidas. Dou um exemplo simples: o caso das horas de substituição. Vieram a público contestar uma medida que aos olhos de todos (público) era sensata. Não tiveram a coragem para por o dedo na ferida, exigindo que esse é um trabalho com alunos e lectivo e por isso deveria ser pago e não exceder o limite de horas lectivas (extraordinárias se fosse o caso) previstas na lei.
Quanto ao horário continuo a salientar que deve ser objecto de regulamentação séria e fundamentada e isso sim deve ser objecto de luta pelos sindicatos. E porquê? Pela simples razão que são os sindicatos que devem exigir do ME condições para o exercício da profissão. Todos sabemos que os executivos pressionados pelas circunstâncias querem é o trabalho feito não se preocupando realmente se um docente está 7horas seguidas com aulas, não dá tempo de descanço nem tem em conta o número de alunos, niveis e especificidades do trabalho de cada docente. Eu não me importo de trabalhar mas quero condições para o fazer. Essa é uma luta para os sindicatos.
Os sindicatos não devem pronunciar-se sobre se devem existir exames ou não. Devem sim questionar as orientações contraditórias do ME quando este procura avaliar os alunos por exames nacionais e por outro pressiona os professores para passarem os alunos.
Mas há mais. O que têm feito os sindicatos para banir os quadros de lousa das escolas? Determinar o impacto da exposição dos docentes ao ruido, stress promovendo estudos com instituições superiores ligadas à saude de modo a pressionar os governos no sentido de organizar a escola com condições de trabalho dignas nãop tem sido objecto de qualquer preocupação. Posso acrescentar mais: onde estão as condições prometidas para a reforma agora em vigor ? O governo não cumpriu e os sindicatos não estão atentos.

terça-feira, junho 27, 2006

Vigilâncias e Matriculas e horas muitas horas

Andamos todos a fazer coisinhas...
As vigilâncias apesar de insuportáveis eu ainda engulo mas fazer as matriculas dos meninos...
Ser professor não é fazer trabalho administrativo!
Já agora aproveito para expressar uma preocupação:
-é cada vez mais necessário regular o horário dos professores. Quantas horas lectivas podem ser leccionadas seguidas e quantas num dia ? devem ser traçados limites.
-Quantas horas deve um professor estar na escola?
-Qual o tempo minimo de almoço?

É que hoje iniciei às 8:30 e sai da escola eram 8:00 pm
Foram vigilâncias, reuniões de avaliação e imaginem um recurso.
As reuniões atrasam-se e lá se vai o almoço....

Na Inglaterra um professor estes aspectos estão regulados - até o dia de folga. Por acaso as condições nem são as ideais mas a situação está regulada.
Eis porque não sou sindicalizado - não vejo estas preocupações sentidas e defendidas pelos sindicatos.

quarta-feira, junho 14, 2006

É preciso mostrar...

HOJE FAÇO GREVE



GREVE

Não concordo com muitas das posturas dos sindicatos.
Talvez não concorde com o dia.. (mas quem perde €€€ sou eu)
Esta ministra insultou-me como profissional.


É tempo e o momento de mostrar a nossa indignação.

É tempo de união,
de mostrar que temos vergonha na cara e levamos muito a sério o que nos dizem.

Podem manipular as estatisticas na comunicação social mas saberão do nosso descontentamento.
Daremos assim força aos sindicatos para a negociarem melhores condições.
Pensarão duas vezes antes de terem outras ideias brilhantes ...
É preciso dizer BASTA agora e parar de lamentos.
É preciso coragem e união.
Força
Todos à GREVE!

Nota - não sou sindicalizado.

quarta-feira, junho 07, 2006

Carta Aberta (para ler e divulgar)

Carta Aberta à Sr.ª Ministra da Educação

Esta carta, que será divulgada também na comunicação social, tem como objectivo contribuir para a reflexão acerca da Qualidade da Educação do nosso país.

Neste sentido, e ao invés de contestar ponto por ponto a sua proposta de alteração ao Estatuto da Carreira Docente, os docentes deste país ficam-se pelas suas consequências, o tal efeito prático que a Sr.ª Ministra prefere dissimular num jogo falacioso e perigoso, atirando-nos, pais e professores, uns contra os outros.

Embora tenha surgido como o maior engodo – o de chamar os pais à escola - da história da Educação deste país, na verdade, a avaliação dos Docentes pelos Pais e Encarregados de Educação, representa apenas uma ponta da ponta de um iceberg, uma linha de texto num documento de 54 páginas. Interessa apenas a quem se limita a promover manobras de diversão facilmente identificáveis, parecendo ignorar que nenhum professor sério irá temer se for avaliado de forma séria. É vergonhoso, até para nós que somos portugueses, verificar o calculismo e a facilidade com que a Sr.ª Ministra aborda a questão complexa, como é a de avaliar os desempenhos dos professores, sem o mínimo de profundidade, preferindo, sem olhar a meios, o populismo fácil e barroco.

Recorrendo a meras hipóteses, se o novo estatuto fosse, numa eventualidade pouco inteligente, aprovado, o docente teria um número fechado de vagas para Muito Bons e Excelentes. Assim, perguntamos nós: e se, num acaso, os professores de uma escola excederem o número premeditado de Excelentes? Escolher-se-iam os melhores dos melhores e passar-se-iam os outros para Muito Bom e os que tinham a dita nota para o Bom? Ou, numa outra eventualidade, rasurar-se-iam as notas, de forma a não se levantarem polémicas no seio de uma escola que se quer unida e sempre controlada?

Talvez se vislumbre uma resposta se se conhecerem melhor os dezasseis pontos em que o hipotético docente será avaliado, previsto no artigo 46º do hipotético novo estatuto:

. o professor será avaliado pelos resultados escolares dos alunos. Explicar-nos-á a Sr.ª Ministra como pode um professor de uma má escola, e em muitas “má” será sempre um doce eufemismo, ter o mesmo nível de qualidade na sua avaliação de um colega seu numa boa escola? Será então que os professores têm as mesmas medidas e oportunidades de uma boa avaliação? Ou, por outro lado, bastará que se avalie positivamente os alunos, independentemente da realidade?

. o professor será avaliado pelas taxas de abandono escolar? Certamente que no Ministério ainda andam à procura de uma resposta coerente a esta pergunta. Imaginemos que existe uma comunidade de etnia cigana numa escola ou que em determinada localidade, e não são assim tão poucas, os pais querem retirar os filhos da escola para que trabalhem com eles. Como pode o professor ser penalizado por uma situação como esta onde a responsabilidade não lhe cabe? Não se deveriam criar medidas coerentes para um mundo real? Neste caso como seria, então? Seriam penalizados todos os docentes daquela escola ou apenas daquela turma? Não será esta uma medida oportunista, em que se acusam os professores da incompetência, de um governo que não cria segundas verdadeiras opções para os jovens que abandonam o ensino ou que simplesmente querem mais? Não será esta medida economicista, visto que, deste modo, os professores ficam limitados na sua avaliação, o que prejudica seriamente a sua progressão e,

naturalmente, os impede de subir de escalão e vir a auferir um melhor salário?

. apreciação do trabalho colaborativo do docente? O que significa exactamente trabalho colaborativo? E para colaborar com o quê? Ou com quem? Terá a Sr.ª Ministra intenção de instigar ao mau ambiente na sala de professores ou a de tornar menos transparentes algumas avaliações? Haverá aqui uma vontade de tornar ambíguo o que se quer simples e preciso? Talvez, na sua visão, “dividir para reinar” faça um sentido que não cabe nesta profissão!

. apreciação realizada pelos pais e encarregados de educação. Consegue a Sr.ª Ministra avaliar com a exacta certeza uma pessoa que nunca viu e cuja imagem foi construída apenas por uma criança ou pelos comentários de outras? Serão todos os pais capazes de avaliar os professores através de quase nada? É essa a avaliação que pede aos professores, quando se trata de avaliar os seus alunos? Avaliar com pouco? Mas sempre num nível positivo, de forma a não transtornar os pais? A Sr.ª Ministra quer que nós acreditemos que uma avaliação realizada desta forma irá ser objectiva e transparente? Muito embora cada um dos pontos tenha um peso, que ainda não se conhece, tal questão parece-nos irremediavelmente condenada ao fracasso, pelo menos se observada de um ponto de vista sério e rigoroso.

. avaliação através da observação de aulas? Quais são os critérios adoptados pela Sr.ª Ministra? Imaginemos que decorre a avaliação de dois docentes distintos em dois locais diversos. Cada um dos quais está a ser medido por um hipotético professor titular. Imaginemos que são duas escolas em meios diferentes. Encontra-se a Sr.ª Ministra capaz de nos assegurar que ambas as avaliações serão correctas ou que, sendo invertidos os lugares, os docentes manteriam a mesma qualificação ou quase? Nestas contas entram factores demasiado subjectivos. Numa mesma escola, o mesmo professor pode obter dois níveis diferentes, se for avaliado, por exemplo, por titulares de distintas sensibilidades. Suponhamos, por outro lado, que a aula corre mal, porque o professor está engripado ou porque os alunos vieram de uma visita de estudo. Será sério avaliar todo um ano escolar com três visitas à sala? Será sério fazer depender a progressão na carreira desta forma?

Os docentes passariam a ser avaliados em dezasseis pontos ou itens de classificação como lhe chama a Sr.ª Ministra. Destes, quinze são perfeitamente subjectivos, e um deles, o que respeita à assiduidade, o único preciso porque se trata de um número, a Sr.ª Ministra trata-o com a ligeireza que parece ser o seu maior dom.

A Sr.ª Ministra não se nega a coarctar aos docentes qualquer esperança, ainda que infeliz, de poderem assegurar o seu desempenho se caírem doentes numa cama. O professor passa, assim, a ser obrigado a cumprir 97% do seu serviço lectivo, se quiser progredir na carreira. À priori, esta medida parece ser finalmente a resposta aos pedidos dos pais e encarregados de educação dos nossos alunos. Será assim tão óbvia e tão simples esta leitura? Três por cento de faltas como máximo, representa cinco dias de faltas por ano? Explique-nos, por favor, a Sr.ª Ministra como justifica o facto de não poder estar doente. Fazemos notar que não falamos apenas de nós próprios, aqui também cabe a assistência à família. Repare a Sr.ª Ministra que os professores lidam com crianças, cerca de vinte e cinco por cada uma das cinco turma (em média, claro está), e que estas mesmas crianças adoecem e se constipam e nos constipam. E nós sabemos que às vezes mais vale ficar um dia em casa e recuperar a saúde, do que prestar um mau serviço público. Os docentes têm um grande respeito pela sua profissão. Nenhum professor sério falta para ficar a dormir. Teremos que “contagiar” toda uma escola necessariamente, em nome da graduação profissional, uma vez que só serão devidamente justificadas as doenças em regime ambulatório.

Por outro lado, repare Sr.ª Ministra, pois talvez ainda não o tenha feito, que a grande maioria dos docentes está deslocada da sua casa, longe dos seus familiares. Esta enorme massa humana que se desloca pelo país, em milhares de quilómetros mensais, aos princípios e fins-de-semana, em veículo próprio, e que entrega dinheiro ao estado nos impostos de combustíveis, está muito sujeita a ter contratempos na estrada ou com a mecânica do seu automóvel, e que, a partir de agora, estes mesmos cidadãos manterão esta distância durante três e depois quatro anos!

No que diz respeito às mães ou futuras mães, não compreendemos como pode a Sr.ª Ministra querer avançar com um estatuto que as espartilhará – a maternidade é um direito protegido pela Constituição da República Portuguesa. É-nos dito que, no decorrer desse ano, a docente não será avaliada, pelo que a mãe terá nesse ano a mesma classificação que lhe for atribuída no seguinte, ou seja, bastar-lhe-á faltar seis dias para que não progrida na carreira dois anos. Saberá a Sr.ª Ministra o complexo que é cuidar de uma criança durante os primeiros meses e anos de vida? Numa primeira fase, a do período do parto, o novo estatuto salvaguarda as mães para depois as deixar desamparadas numa segunda fase, como se a maternidade se esgotasse no acto de “dar à luz”.

Contempla alguns destes dados na sua proposta, Sr.ª Ministra, ou prefere tratá-los com a distância da sua demagogia? Como quer a Sr.ª Ministra estabilidade docente, aquela que tanto aclama, convencendo apenas quem ignora a realidade do que é ser educador, se qualquer uma das acções que toma vai no sentido de criar instabilidade e insatisfação? Como quer a Sr.ª Ministra docentes produtivos e colaborativos se instiga ao fascismo redutor, como se lidasse com gente disposta a rebaixar-se aos seus pés sem que lhe fosse levantado um par de olhos? Como quer a Sr.ª Ministra um alto nível de rendimento escolar e uma enorme qualidade para a Educação quando atira medidas laças para cima de uma mesa, onde se discute o futuro?

Este é um assunto sério, Sr.ª Ministra, nenhum professor está aqui para brincar! À Sr.ª Ministra interessa ter os pais do seu lado, independentemente dos meios, o que lhe interessa são os fins economicistas, cada vez mais sublinhados por cada medida que assina.

Pretende convencer os professores deste país que um tecto ao fim de doze anos de carreira é um objectivo para quem tem que ser avaliado e classificado todos os anos? As demagogias criadas para iludir a opinião pública são os instrumentos de trabalho utilizados pelo estado, mas do tempo da outra senhora, quando a Sr.ª Ministra ainda tinha a esperança de viver numa democracia – se é que teve…

Parece-nos que todas estas medidas foram lançadas ao ar para justificar o trabalho de alguns caciques que há muito não leccionam e que pululam de gabinete em gabinete na esperança, certamente vã, de lhe apresentar algum trabalho, uma vez que, somente quando já não tiver professores no seu ministério, vossa Senhoria ficará plenamente satisfeita.

Junho de 2006

Um grupo de Professores desrespeitados

terça-feira, junho 06, 2006

Uma nota de desânimo


Parece mentira mas é verdade: uma boa parte dos docentes não conhece a proposta do ministério. Fala dela pelo que ouve. Não tem afinal opinião. São carneiros SENHOR, são carneiros.

segunda-feira, junho 05, 2006

As letras pequenas do contracto

A meu ver existem alguns aspectos mal explicados neste ECD. Uma delas é o que se entende por 22horas lectivas: são tempos lectivos de 45minutos ou podemos esperar que por cada 45min veremos acrescida a carga horária em 15min? Ou seja mais 7,3 tempos de 45min. até acredito que a ministra dê 0,3 minutos (cerca de 20min) de barato. Dessa forma trabalhariamos realmente 22 horas lectivas (29 tempos de 45min). Publicamente esse será um argumento dificil de contrapor.
Por outro lado parece-me que todo o tempo passado na escola será a trabalhar pelo que deveria ser descontado na componente não lectiva da escola. Dessa forma os intervalos e "furos" nos horarios seriam obrigatóriamente deduzidos nessa componente. Não devemos temer discutir estes minutos, lembremo-nos que encurtaram em 5min as aulas e puseram-nos a trabalhar mais dois tempos na escola. São as letras pequeninas do contracto.

Outro aspecto que me parece relevante é o da necessidade de um cumprimento de 97% da componente lectiva para que a avaliação se possa realizar para efeitos da progressao. Já aqui o disse e repito: é injusto, não é o professor que está a ser avaliado mas as circunstâncias em que esta decorre. Seria muito mais correcto fazer como na formação profissional onde são pura e simplesmente cumpridas as horas necessárias ao cumprimento dos programas.

Outro ponto pertinente é o caso de professores que hoje possuem qualificações como mestrado e doutoramentos e outros habituados a assumirem funções agora vedadas por este documento. Estes docentes desaparecem, ou melhora, fazem-nos desaparecer neste documento.

Existem muitos aspectos a que os sindicatos deverão estar atentos mas duvido que façam algo que contribua para a melhoria das condições de trabalho. Estão demasiados ocupados a defender os que pretendem aceder à carreira e a defender a antiguidade como valor - na linha do ministério - e não realmente atentos às necessidades reais das escolas e dos professores que hoje asseguram o funcionamento das escolas.

Curiosamente estou à espera para ver como vão resolver as coisas quando os que hoje asseguram um vasto conjunto de funções amanhã deixarem os lugares para gente mais acomodada. Além de que é óbvio que desta forma também esse deixarão de ter as reduções dos cargos e passarão a assegurar mais horas na escola. That´s money!

Isto vai ter piada, já nos estamos a virar uns contra os outros...
Já vi gente contente com o facto de supostamente ter escapado ileso (os do 9º e 10º escalão). Mas acreditem que também esses vão chorar quando os inspectores lhes baterem à porta e lhes perguntarem por uma série de papelada que deverão assegurar. Claro está que a batata quente cairá nos outros agora avaliados pelos professores titulares. Vai ser lindo.

sábado, junho 03, 2006

Notas sotas.

Paralelamente às iniciativas como as do Miguel que procuram gerar alternativas a este documento, penso ser necessário tomar posições e agir estratégicamente. Ideias?
Para já corre o tal abaixo assinado , mas podermos fazer mais?
Poderemos usar estratégias mais elaboradas e empenar o sistema? usar o código de procedimento administrativo e entupir o sistema com procedimentos inuteis mas que moam a paciencia da ministra? alguém tem ideias?
Quanto a greves parece-me que deve ser total e em coordenação com todos os sindicatos. Já percebemos que a FNE não acompanhou a FENPROF.....
Reorganizar e actuar. Não podemos deixar que isto aconteça à nossa frente sem sequer manifestar até ao limite a nossa indignação.
Por que não entupir os correios com postais à ministra e ao Presidente da Républica....
Procuram-se soluções e alternativas.
Acredito que possa existir alguma inversão de posição mas.....

Se for colocado no 3º escalão (como penso que poderei ser) ficarei mais de 15 anos nele. Os meus colegas, os titulares, ficarão por lá até aos 65 anos. Tenho de os matar ou esperar que morram para que se de uma vagazita. Muito sinceramente este estatuto não poderia conter mais estimulos ao mérito.
Vou fechar para obras durante o fds, vou procurar calibrar o meu bom senso e espero voltar mais eu .

sexta-feira, junho 02, 2006

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades.


Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.

Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem (se algum houve...) as saudades.

O tempo cobra o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria,
E em mim coverte em choro o doce canto.

E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía.

Onde está?

Onde está....

o PS?
Manuel Alegre?
Ana Benavente?
Marçal Grilo?

O país está a afundar-se num neoliberalismo tardio.....

Viva o Mundial
Viva o calor do Verão
Viva as férias dos deputados
Viva o euro Milhões
Viva as reportagens de 15min em horário nobre sobre os jogadores no mundial
Viva os casinos
Viva as conversas cor-de-rosa portagonizadas por maricas pseudo inteligentes e videntes do jet-set
Viva a proliferação de Igrejas e seitas religiosas que muito ocupam e consolam as nossas gentes
Viva o jet-set, bonito de se ver. Cheirar outras vidas
Viva
Viva
Viva

Algumas notas:ECD


A definição de tempo lectivo e a organização do horário docente em função de tempos lectivos e não de horas: 22 tempos lectivos (45min cada) e não 22horas;

  • A inclusão no horário dos professores na componente não lectiva da escola dos intervalos entre tempos lectivos inferiores a dois tempos lectivos.
    • Normalmente os intervalos entre aulas não são contabilizados é como se não existissem e fossem da nossa componente não lectiva o que é falso já que estamos no nosso local de trabalho e ao serviço da escola. O mesmo se passa com os “furos” dos horários passados na prática na escola e sem condições de trabalho para o exercício com qualidade da componente não lectiva individual.
  • Eliminação do critério dos 97% e a sua substituição pelo cumprimento dos programas a leccionar e do número mínimo de aulas previsto para o seu cumprimento. A não inclusão de clausulas na actual proposta que protejam docentes com família e que por acidente não cumpram os 97% não vêm esse tempo contabilizado para progressão. É injusto na medida em que não é o docente que está a ser avaliado mas as condições em que se processa a avaliação. Não é a qualidade do docente que está em causa nesta proposta mas um critério absurdo que nada diz da qualidade do ensino prestado.
  • A questão dos programas é agora pertinente tendo em linha de conta que são de difícil cumprimento e de objectivos pouco definidos – não interessa se isso do ponto de vista didático-pedagógico é o melhor ou o pior; interessa a clarificação de critérios objectivos que permitam determinar claramente o seu cumprimento. Nessa medida regras claras com objectivos programáticos definidos é essencial.
  • A clarificação das condições mínimas de trabalho: material fornecido ao docente; espaços atribuídos; e de regras e protocolos a seguir nas relações entre os diferentes intervenientes na escola
  • Papel dos pais e alunos com clarificação de regras e obrigações necessárias ao desempenho desejado dos docentes. Embora se procure com este estatuto regular a actividade docente esta não é isolada (como prova a referência dos pais como intervenientes na avaliação dos docentes e o sucesso dos alunos). Torna-se assim saber em que condições e quais os critérios que tornam válida a participação de todos: docentes; pais; comunidade local; alunos etc.
  • Prever mecanismos de correcção de irregularidades de modo a dar oportunidade aos docentes de melhorarem as suas práticas. Não partir do principio da exclusão simples.
  • Preveligiar a formação dos docentes credibilizando a mesma
  • A exclusão simples de alunos incumpridores das regras estabelecidas e perturbadores do exercício que se pretende de excelência com encaminamento para escolas de 2ª linha especializadas em casos problemáticos. (esta até dói)

Não é a escola em que acredito mas perante regras duras há que exigir condições de trabalho e não trabalho em quaisquer condições.

O ministério deve sim criar condições para um acesso de todos à escola. Mas a actual escola para todos prejudica o desempenho dos docentes prejudicando o seu desempenho e avaliação.

Os professores devem ter ao seu alcance todos os mecanismos necessários para impôr as suas práticas, nomeadamente meios disciplinadores eficazes como a expulsão, suspensão de alunos de forma liminar assim como prever a interdição de alunos cujo o aproiveitamento ou a assiduidade impliquem uma avaliação previsivelmente negativa por motivos de incumprimento das prescrições de trabalho ao aluno. É duro mas a par das resposabilidades vem o poder.

Não que acredite muito nisto, mas nas condições desta proposta quero armas.

Deve alterar as regras ou a escola – que escolha.

Parabens

Quero aqui deixar uma palavra de reconhecimento pela forma séria e inteligente como Miguel tem organizado opiniões e conduzido esta reacção à prepotência deste governo. Por cá dei-me ao luxo de purgar o meu mal estar de forma mais emocional, mas isso nada resolve e é mesmo contraproducente. Temos de nos organizar e o outroolhar congrega seriedade e objectividade com trabalho feito. Um blog a seguir e no qual devemos colaborar.

Demissão!

A demissão em bloco dos orgãos de gestão das escolas começou na escola Inês de Castro em Coimbra. Espero que lhe sigam o exemplo todos os outros. Todos devemos mostrar a nossa indignação da forma possível. Esta é uma. A greve é inevitável.
São exemplos destes que devem ser seguidos.
Nem mais uma palavra senão :

DEMITA-A Srº1ºMinistro.

Demita-se

quinta-feira, junho 01, 2006

Um caminho dois destinos (uma nota literária)

Ou esta ministra sai já ou arriscamo-nos todos, cidadãos, ver este país trilhar rapidamente esta selva de politicos ignorantes rumo ao abismo. A sociedade não pode ter alguem ao leme da educação que em vez de trabalhar melhorando o sistema encontra culpados e executa-os. Quem depois disto estará disponível ? São verdadeiros traidores. Não merecem sequer ser portugueses. São verdadeiro estrume, produto de um país desorientados e entregue a "cola-cartazes". Os que mandam não percebem nada de nada ou melhor tudo de tudo e andaram a colar cartazes e em manifestações enquanto outros se muniam das ferramentas necessárias para exercerem uma profissão.
São o podre.
Não posso com o cheiro. Vou-me afastar. A merda seca e o cheiro passa. Pode ser que com o tempo adubem qualquer coisa: talvez uma revolta.
Existirá alguém com bom senso neste país? Confesso que já perdi o meu, não se nota?
Sinto um verdadeiro desprezo pelo que este país se está a tornar.
Tenho esperança em deixar de ser professor e arranjar outro emprego ou estabelcer-me por conta própria. Melhor ainda seria sair do país (afinal já temos portugueses a nascer em Espanha). Não tenho medo de trabalhar. Tenho mais medo deles. São a Pide de hoje e escreve-se apenas com duas letras: PS.
P.S. Sabemos hoje que afinal não tinham dito tudo.
Estamos fodidos.

terça-feira, maio 30, 2006

Que morra


Confesso a minha apatia. Já nem sinto. O luto (como cidadão)que atravessei no último ano permitiu-me encarar estas noticias que vêm nos jornais e a proposta do ECD com apatia. Estarei vacinado? cansado? Penso que não. O meu luto já passou encaro com serenidade um desaire anunciado. Aguardo, já sentado, o enterro da educação do sistema de ensino público(como a entendo). Não quero anunciar desgraças, não sou mensageiro nem vidente mas também não sou cego. Já ando por estas bandas à tempo suficiente para perceber que o meu filho andará sempre em escolas privadas. Possa eu paga-las. O abastardamento, ou neste caso tendo em linha de conta a responsavel o avacalhamento da educação é enevitável. Espero que apenas que na educação porque se isto é o espelho do resto do país então estamos mesmo tramados.
Não me choca a avaliação dos docente. Ao longo do último ano tenho vindo a reflectir sobre esses aspectos. O que me choca é o lado pidesco e persecutório na instituição escola. Vamos ter docentes (que sem mérito, habilitações mas por antiguidade) no topo da carreira a avaliar outros possívelmente mais habilitados. Teremos bachareis a avaliar Doutores e Mestres. Teremos esses colegas a usar esse fardo de avaliar os outros a seu belo prazer. Na distribuição de serviço por exemplo. Mas não só. Que fará o recém chegado professor ao olhar para os seus colegas sendo uns os avaliadores e outros os futuros avaliadores. Existe uma hierarquia de poder assente no que uns podem dizer dos outros. Não em mérito fundamentado, com prestação de provas públicas mas assente num principio que inquina desde já essa coisa do mérito. Os de hoje escolhem os de amanhã. E não estou a ver um pardal a escolher uma vaca para parceira.
Está tudo enquinado. A carreira dos educadores de infância é a mesma de outros com formação mais profunda e técnica. O conhecimento é ignorado por outro coisas vagas como especialista em ciências de educação é pau para toda a colher.
É tudo poder, perdão está tudo podre.
Recuso-me perante esta maioria partidária, obstinação e estupidez a reagir racionalmente. Faço-o emocionalmente com o direito que me assiste à indignação.

terça-feira, maio 16, 2006

As minhas desculpas

O artigo anterior foi aqui publicado sem qualquer comentário meu. O seu autor está já mencionado. Por lapso a última linha não ficou -está corrigido.

sábado, maio 13, 2006

A perigosa linguagem dos números

A ministra da Educação classificou de excessivo o peso dos salários no orçamento do ministério, no momento em que se procede ao habitual concurso de colocação de docentes, desta feita para valer por três ^ anos e com quase 123.000 candidatos. Esse excesso, recorde-se, resulta, segundo números da OCDE recentemente divulgados, de um peso de 93 por cento dos salários relativamente à totalidade da massa monetária em apreço, quando a média respectiva dos outros países se fica pelos 75 por cento. Esta relação tanto pode ser alterada pela diminuição do número de assalariados como pelo aumento do orçamento, mantendo o valor global dos salários. Ou, ainda, se se quiser, pela diminuição do valor dos salários, mantendo inalterável o orçamento e o número dos contratados. Nunca se usou tanto a linguagem dos números para documentar opiniões e sustentar teorias, procurando com isso fazer passar a ideia de que as argumentações são sólidas, tendo tão pouco presente o aforismo de Bertrand Russell, segundo o qual "a matemática é a única ciência exacta em que nunca se sabe do que se está a falar nem se aquilo que se diz é verdadeiro". Voltemos à tese inicial da ministra da Educação (e da OCDE): 93 por cento para salários e sete por cento para o resto é um desequilíbrio mau; 75 por cento para salários e 25 por cento para investimento é um equilíbrio melhor. Provavelmente sim. Provavelmente não. A mesma fórmula resulta disparatada se aplicada por igual a uma escola de Timor (onde falta tudo) e a uma escola da Suíça (onde já sobra muito). Outro exemplo? A estafada invocação de que Portugal é dos países que mais dinheiro consagra à Educação. Talvez sim, ou talvez não. É que essa afirmação resulta sustentável por referência percentual ao produto interno bruto. Mas já o caso muda de figura se repararmos que temos um produto baixíssimo e sete por cento de 100 são sete, enquanto cinco por cento de 300 são 15. Outro exemplo ainda? O Governo teria cometido a proeza, que a sua central de propaganda não cessa de nos vender, de ter baixado o défice de 6,8 para seis por cento. Mas quem assim fala serve-se de quê? De uma previsão do governador do Banco de Portugal que, de tão dramaticamente repetida, acabou retida pela opinião pública. Comparar uma previsão com um exercício efectivo é um disparate. Mas tem sido feito. Quando comparamos o que é comparável, o défice não diminuiu, aumentou. Com efeito, o défice de 2005, cifrado em 6,02 por cento, só pode ser comparado com o de 2004, de 5,2 por cento (descontadas as receitas extraordinárias). E a isto acresce que o actual Governo conseguiu os 6,02 com um aumento brutal de impostos. Querem maior evidência de mau desempenho? O anterior é uma demonstração clara da possível manipulação dos números. Mas pior que isso é a pura ignorância maliciosa da sua expressão, para mentir. Lá vai exemplo: até à náusea tem sido propalada a ideia de que temos uma insustentável percentagem de funcionalismo público, por referência aos activos totais. As estatísticas oficiais da União Europeia dizem o contrário. Dizem que essa percentagem se cifra em 17,9 por cento, comparada com 33,3 da Suécia, 30,4 da Dinamarca, 28,8 da Bélgica, 27,4 do Reino Unido, 26,4 da Finlândia, 25,9 da Holanda, 24,6 da França, 24 da Alemanha e por aí fora. Em toda a Europa, só dois países têm menos funcionários públicos que nós, por referência à totalidade dos activos. São o Luxemburgo (16 por cento) e a Espanha (17,2 por cento). Uma palavra agora para a resignação algo acéfala que vamos evidenciando perante as teorias económicas de organismos internacionais. É o caso da OCDE, que já cansa. Se muito tem de aceitável, muito tem de questionável. Recordam-se da chamada directiva Bolkenstein, em boa hora barrada (por enquanto), segundo a qual os trabalhadores do espaço europeu seriam pagos nos países da prestação do trabalho segundo os valores praticados no país de origem (um canalizador suíço e um canalizador polaco, ambos a trabalhar na Suíça e a fazer exactamente a mesma coisa, poderiam ganhar o primeiro 20 e o segundo dois)? Pois bem, a OCDE aplaudia. Têm presente o CPE de Villepin (tratamento completamente desregulado dos jovens à procura do primeiro emprego) retirado por força da indignação que suscitou? Pois a OCDE defendia-o com paixão. Para concluir esta passagem pela utilização da linguagem dos números, seria bom que tivesse tido mais relevo algo que o nosso primeiro- ministro constatou numa visita que recentemente fez a uma escolinha da sua celebrada Finlândia. Desmistificar-se-iam, assim, representações erradas da realidade. Nessa escola há um professor para cada 11 alunos e um segundo para coadjuvar o trabalho do colega, sempre que apareçam crianças com necessidades especiais; cada aluno tem o seu próprio computador; o custo do ensino é completamente suportado pela autarquia (materiais e refeições inclusas). Portugal não é a Finlândia. Mas não é bonito mistificarem-se dados, divulgar uns e outros não.

Professor do ensino superior
SANTANA CASTILHO
8 Maio 2006 - Publico

quinta-feira, maio 04, 2006

PIDE - Politicas de Investigação e Desenvovimento da Estupidez


Corre a notícia, que ainda não pude confirmar, de que os alunos de 11º ano realizarão um exame nacional a Matemática já no dia 19 deste mês. Nada de estranho não fosse o caso de nem os alunos nem professores terem dele conhecimento a poucos dias da sua realização.
Este exame que ao que pude apurar terá algum peso na classificação dos alunos mas visa principalmente avaliar o estado de cumprimento dos programas da disciplina.
Será a primeira vez depois de muitos anos que temos um estado inquisidor, persecutório, pidesco e simplesmente estúpido. À sua cabeça uma ministra que para implementar as suas politicas diminui primeiro perante a opinião pública aqueles que considera os inimigos das suas politicas e depois aplica medidas de cima para baixo de forma cega e inconsequente.

É óbvio que uma coisa destas não é de gente séria. Pretende apanhar uma classe de surpresa usando como isco os alunos. Todos sabemos as dificuldades que os professores de matemática enfrentam face a um insucesso que é da responsabilidade de programas irresponsáveis idealizados e remetidos às escolas nos tempos guterrianos da conversa fácil.

A verificar-se é apenas mais uma atitude vinda de uma instituição governamental cujo objectivo é aplicar medidas de fundo com consequências económicas e não educativas.

Com uma ministra assim a desgastar e a desprestigiar a imagem dos professores não admira que toda a comunidade também atire pedras.

Mas, agora que já conhecemos o estilo, sabemos o que nos espera.

sábado, abril 29, 2006

A ministra mexe


Atente-se neste excerto retirado de uma notícia publicada no DN:

Maria de Lurdes Rodrigues não falou em cortes, mas admitiu que a despesa salarial já é muito superior ao desejável: "O último relatório da OCDE frisava aquilo que já é um dado conhecido: o peso dos salários no total do nosso orçamento é de 93%", referiu. "É uma situação distinta de toda a União Europeia e mesmo no espaço da OCDE em que a média ronda os 75%." Em 2005, os salários pagos na esfera do Ministério da Educação corresponderam a cerca de 5 milhões de euros, 58, 4% de todas as remunerações fixas do Estado.

A última frase é a mais importante pois educa quem lê ao explicar que cerca de 60% das remunerações pagas pelo estado são absorvidas na esfera do ME. Dá-se a entender que é necessário reduzir em 18% o peso das remunerações pagas pelo estado e que sendo o ME onde se verifica o grosso da despesa será aí que a qualquer alteração surtirá maior efeito.

A redução de contratados e rentabilização do pessoal é uma forma de reduzir a despesa pelo que o número de horas/homem deverá subir implicando um aumento da carga horária e mecanismos alternativos de substituição de docentes que evitem a contratação temporária.

Outra das medidas a esperar é a implementação da técnica do cão de caça. A ideia é uma perdiz e dez cães de caça. Todos darão o seu melhor para ficar com a perdiz mas apenas um será recompensado. Desta forma a flexibilização de horários, da sua carga e funções docente associadas a uma avaliação “meritocrática” deixará a melhor perdiz a quem estiver na disposição fazer um pouco mais que o seu colega do lado. Tudo isto debaixo do olhar atento de um qualquer peer disposto a relatar os progressos na sua escola.


Gestão de espectativas

A publicação do ECD tarda. A ministra não o divulgará tão cedo ao que parece, pois já durante a próxima semana, ao que se consta, virão a público novidades sobre os horários dos professores. São orientações a ter em conta na organização dos horários no próximo ano lectivo. Como sabemos as aulas de substituição estão aí também para os alunos do secundário. Talvez por isso a chamada de atenção feita pelo sindicato que desta forma alerta para o facto de a ministra ter sido tão celere em divulgar o resultado da seriação dos candidatos a concurso publicando a lista antes do tempo previsto e por outro tenha falhado algo de tão importante como o ECD previsto para o final de Março.

quarta-feira, abril 19, 2006

Os ministros passam o país fica

É curiosa a forma como, nos dias que correm, as notícias nos média sobre as questões educativas são tratadas. Não existe uma investigação de fundo onde se retrate as condições de trabalhos dos professores e alunos por exemplo. No entanto são analisados os resultados e publicitadas as medidas ministeriais como se se conhecessem os problemas a fundo. Esta é a na verdade o sintoma de uma desorientação vivida na Educação em Portugal. Nos actuais objectivos governamentais existe uma obsessão pelos resultados e pela gestão dos recursos. Se relativamente à gestão de recursos a questão pode ser consensual para uma rentabilização dos existentes e eliminação dos desperdícios, já quanto aos resultados estes não se obtêm de um dia para o outro e sem um claro investimento nos seus profissionais e nos meios colocados à disposição. É aqui que uma orientação politica falha por simplesmente não existir. Querem resultados mas não sabem o que querem. Deixam isso para as escolas e para os professores. Relegam essa suprema responsabilidade de definir objectivos e metodologias para os professores e para as escolas. No final até se podem fazer exames nacionais (ou não) para avaliar da competência dos professores. Verifica-se hoje mais do que nunca a necessidade de clarificar o que se pretende do ensino, dos professores e dos alunos; regras claras de avaliação de alunos e professores assim como uma clara aposta na dignificação social do professor e sobretudo confiança nos actores do processo educativo. Esta confiança deve começar no ME revelando-se uma pessoa de bem, de palavra e responsável. Com um ministro que entenda as dificuldades reais e não de alguém que à viva força quer que a realidade seja outra à custa da sua má disposição e de umas frases em diário da república. Os ministros passam os professores ficam.

quinta-feira, abril 06, 2006

Marionetes, ou simplesmente gente simples.


Esta é uma missiva que me foi dada a conhecer por um colega a propósito de um artigo publicado no Jornal de Negócios.
Assim depois de ler a coluna do Senhor Sergio Figueiredo leia-se o comentário do colega que indignado se lhe dirigiu.






Exmº Sr.
Sou professor e o que escreveu na sua coluna sob o titulo "Incapaz, eu me confesso" me ofende profundamente. Sou professor à 10 anos, profissionalizado e do quadro de escola. O que me ofende não é o facto de o Srº exprimir uma opinião que grosso modo é voz corrente nos nosso dias. O que me ofende é o facto de alguém conseguir alcançar uma posição como a sua e não revelar no que escreve conhecimentos, critérios e razões que tal justifiquem. Não lhe escrevo para o ofender mas para lhe lembrar que não obstante existirem maus professores o Srº , conhecedor das questões económicas e de organização empresarial, saberá certamente o peso que uma má organização tem no desempenho de um funcionário. Saberá que a eficiência e produtividade está directamente relacionada com a má gestão e organização e apenas uma parte pode ser imputada ao funcionário. Não gosto da sua analogia com a produção automóvel já que a escola não deve, como já foi, ser encarada segundo esse paradigma. Esse foi-o no século passado e hoje as exigências da sociedade preconizam uma escola diferente. Mas não foi por isso que lhe resolvi escrever mas sim para o informar, já que parece desconhecer, que os professores não são os primeiros responsáveis pela educação dos filhos dos outros. A educação começa em casa como provavelmente começou a sua. Os professores são na realidade os últimos responsáveis pela educação dos filhos dos outros por muito paradoxal lhe possa parecer. Os professores estão obrigados a um conjunto de procedimentos que os ultrapassam. A revolta que hoje todos os pais vivem ( também eu sou pai) é vivida todos os dias pelos professores, à vários anos, e fruto das mais variadas conversas. Daí este sentimento de injustiça vivido pelos docentes sempre que esta ministra solta um ar da sua graça ou alguém profundamente desconhecedor da realidade opina apenas e só porque também esteve um dia no sistema de ensino. Se existe uma culpa atribuível aos professores esta reside no facto de não nos termos levantado de forma veemente contra as várias reformas educativas que têm atirado as nossas escolas públicas para o mais profundo e escuro fosso. As politicas educativas têm conduzido a este estado de coisas implicam os professores é certo mas não se esqueça que os professores se limitam a pôr em práticas as orientações ministriais. E estas dificultam no terreno a acção dos professores. Não falo apenas nos problemas disciplinares mas a nível da acção pedagógica onde os objectivos educativos são cada vez mais vagos e as dificuldades para a retenção de alunos com problemas é cada vez maior. Esta mistura é explosiva e tem conduzido a um arrastamento ao longo de ciclos de ensino de alunos com os mais variados problemas e sublinho variadados problemas. Quanto às politicas da ministra algumas têm, reconheço, uma raiz séria nos problemas decorrentes da gestão (quase impossível) da maior empresa do país. No entanto conheço o suficiente para lhe dizer que as medidas de apoio educativo implementadas sejam elas as aulas de substituição ou actividades, planos de recuperação ou outros entretanto implementados de nada adiantarão. Estou no terreno e como qualquer professor o que revolta é sabermos como perdemos tempo em coisas que nada adiantarão. As soluções existem e os professores de hoje serão capazes de educar adequadamente os filhos dos outros no que lhes compete não como substitutos da sociedade mas transmitindo e orientando adequadamente nas áreas que cientificamente lhes são reconhecidas. Não tenha a menor dúvida que os primeiros a sofrer com o insucesso são os professores. Não gostamos dos resultados que temos e andamos a falar nisso à anos - não tem ouvido?
cumprimentos,
xxxxxxxxxxxxxxxx
(agradeço que não publique o meu mail)