terça-feira, maio 30, 2006

Que morra


Confesso a minha apatia. Já nem sinto. O luto (como cidadão)que atravessei no último ano permitiu-me encarar estas noticias que vêm nos jornais e a proposta do ECD com apatia. Estarei vacinado? cansado? Penso que não. O meu luto já passou encaro com serenidade um desaire anunciado. Aguardo, já sentado, o enterro da educação do sistema de ensino público(como a entendo). Não quero anunciar desgraças, não sou mensageiro nem vidente mas também não sou cego. Já ando por estas bandas à tempo suficiente para perceber que o meu filho andará sempre em escolas privadas. Possa eu paga-las. O abastardamento, ou neste caso tendo em linha de conta a responsavel o avacalhamento da educação é enevitável. Espero que apenas que na educação porque se isto é o espelho do resto do país então estamos mesmo tramados.
Não me choca a avaliação dos docente. Ao longo do último ano tenho vindo a reflectir sobre esses aspectos. O que me choca é o lado pidesco e persecutório na instituição escola. Vamos ter docentes (que sem mérito, habilitações mas por antiguidade) no topo da carreira a avaliar outros possívelmente mais habilitados. Teremos bachareis a avaliar Doutores e Mestres. Teremos esses colegas a usar esse fardo de avaliar os outros a seu belo prazer. Na distribuição de serviço por exemplo. Mas não só. Que fará o recém chegado professor ao olhar para os seus colegas sendo uns os avaliadores e outros os futuros avaliadores. Existe uma hierarquia de poder assente no que uns podem dizer dos outros. Não em mérito fundamentado, com prestação de provas públicas mas assente num principio que inquina desde já essa coisa do mérito. Os de hoje escolhem os de amanhã. E não estou a ver um pardal a escolher uma vaca para parceira.
Está tudo enquinado. A carreira dos educadores de infância é a mesma de outros com formação mais profunda e técnica. O conhecimento é ignorado por outro coisas vagas como especialista em ciências de educação é pau para toda a colher.
É tudo poder, perdão está tudo podre.
Recuso-me perante esta maioria partidária, obstinação e estupidez a reagir racionalmente. Faço-o emocionalmente com o direito que me assiste à indignação.

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