quarta-feira, abril 19, 2006

Os ministros passam o país fica

É curiosa a forma como, nos dias que correm, as notícias nos média sobre as questões educativas são tratadas. Não existe uma investigação de fundo onde se retrate as condições de trabalhos dos professores e alunos por exemplo. No entanto são analisados os resultados e publicitadas as medidas ministeriais como se se conhecessem os problemas a fundo. Esta é a na verdade o sintoma de uma desorientação vivida na Educação em Portugal. Nos actuais objectivos governamentais existe uma obsessão pelos resultados e pela gestão dos recursos. Se relativamente à gestão de recursos a questão pode ser consensual para uma rentabilização dos existentes e eliminação dos desperdícios, já quanto aos resultados estes não se obtêm de um dia para o outro e sem um claro investimento nos seus profissionais e nos meios colocados à disposição. É aqui que uma orientação politica falha por simplesmente não existir. Querem resultados mas não sabem o que querem. Deixam isso para as escolas e para os professores. Relegam essa suprema responsabilidade de definir objectivos e metodologias para os professores e para as escolas. No final até se podem fazer exames nacionais (ou não) para avaliar da competência dos professores. Verifica-se hoje mais do que nunca a necessidade de clarificar o que se pretende do ensino, dos professores e dos alunos; regras claras de avaliação de alunos e professores assim como uma clara aposta na dignificação social do professor e sobretudo confiança nos actores do processo educativo. Esta confiança deve começar no ME revelando-se uma pessoa de bem, de palavra e responsável. Com um ministro que entenda as dificuldades reais e não de alguém que à viva força quer que a realidade seja outra à custa da sua má disposição e de umas frases em diário da república. Os ministros passam os professores ficam.

Sem comentários: