quarta-feira, março 01, 2006

Avaliem-se, mas todos!

Tornou-se hoje politicamente correcto falar bem da politica desta Ministra da Educação. Quem hoje não dá uma castanhada nos professores não é filho de boa gente.
Eu não dou aulas de substituição. Mas se as tivesse que dar seria a contra-gosto. A minha escola adoptou a criação de espaços pedagogicamente orientados com actividades de substituição. Foi a forma encontrada que melhor respondeu às necessidades dos alunos e que não transforma a actividade docente numa actividade desprestigiante para quem a leva a sério. Porque chamar a esses tempos aulas é uma afronta a quem realmente as dá e as prepara (as aulas). Qualquer pessoa ligada ao ensino percebe a dificuldade em implementar aulas de substituição com beneficio real para os alunos. É preciso não esquecer que já existiam salas de apoio aos alunos interessados.
Esses tempos saem dos horários dos professores, mais concretamente do tempo destinado à preparação das aulas e isso tem um custo real. Estas actividades de substituição poderão beneficiar eventualmente os alunos que ficaram sem professor mas prejudicam os alunos atribuídos ao professor no seu horário.
Mas voltar a esta discussão seria centrar o problema novamente em algo que não é a verdadeira preocupação dos docente: as aulas de substituição. Se essa é hoje a politica a adoptar compete-me a mim como professor implementa-la. Desde que estas sejam consideradas para a contabilização das horas lectivas não há problema. Parece honesto não acha? Mas não é o que acontece.
O insucesso real que é superior aos números conhecidos. A forma como se tem passado para a opinião pública uma imagem falsa denegrindo todos os docentes como alavanca para medidas que na essência não transformarão muito os resultados (reais) é revoltante. Nessa medida quando ouço a forma como outras classes são tratadas pelos media e governo penso logo que as coisas não devem ser bem como estão a contar- a fazer fé no que se passa com os professores. Daí a minha revolta.
Quanto às medidas mais positivas deste ministério não são aferiveis para já pois como as más apenas dentro de uns anos poderemos se assim quiserem avaliar o seu impacto.
Querem resultados? basta que introduzam exames no final de cada ciclo com impacto significativo na classificação dos alunos. Garanto que o Ministério tem mais receio dos exames que os professores.
(Professor do grande Porto devidamente identificado solicitou o anonimato)

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