sexta-feira, janeiro 13, 2006

3-Avaliação dos professores - O fantasma é bicéfalo

O problema para quem está metido nesta embrulhada é estarem a pedir omeletas quando não há ovos. O grande problema é que de forma indirecta os professores já sentem na pele os efeitos da legislação sobre a avaliação, a dos alunos. A forma como se tem vindo a promover o sucesso nas escolas é degradante. Os professores têm vindo a baixar o nível de exigência de modo a se adequarem a uma realidade incontornável onde 50% de positivas são tacitamente impostas.

É claro que o ministério sabe o que se passa, não se pode esconder o Sol com uma peneira. Qualquer avaliação externa à escola revela as frágeis aprendizagens por isso implementam-se exames apenas com o objectivo de entalar os docentes. Muitos destes exames nacionais não têm quaisquer consequências reais para o aluno e têm servido de festim para a comunicação social e alavanca para as medidas do ministério. Alguns desses exames vêm imbuídos de uma filosofia que não é a implementada nas escolas e não está presente nas orientações programáticas. Os Pisa ou até alguns exames nacionais são uma traição ao árduo trabalho desenvolvido em condições extremamente difíceis por muitos professores. Nada acrescentam nem contribuem para a eficácia do sistema e avaliam objectos e competências que não desenvolvemos nas escolas.

Se os resultados são a medida do sucesso então a mesma bitola deve ser usada para professores e alunos. As regras claras e as metodologias explicitas.

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